CCB - Centro Cultural de Belém

Monumento moderno, monumento polémico, monumento que virou as costas ao rio como quem volta as costas a um caminho que vem de longe e diz: "Chegou a altura de percorrer novas estradas." - José Hermano Saraiva


A sua Localização... na Praça do Império, contribuiu para aumentar a já grande concentração de património cultural na zona ocidental da cidade de Lisboa. E os seus 6 hectares estão incluídos na zona especial de proteção do Mosteiro de Santa Maria de Belém.

Por ser um local tão visitado tem ao nosso dispor uma larga variedade de opções para lá chegar. De autocarro, elétrico, comboio e até barco, contando ainda com várias zonas de estacionamento para quem prefira ir na sua viatura própria.
A grande afluência turística leva mesmo a que exista um estacionamento destinado a autocarros de excursões e afins.

Por curiosidade aconselho a visualização de um documentário sobre a Belém de 1990, que não chega a ter 30 minutos e nos dá ideia de tudo o que rodeia este centro cultural e monumental sem, no entanto, o referir apesar de a sua construção já estar a decorrer naquela altura.


A sua História... começou aquando da primeira Presidência portuguesa do Conselho das Comunidades Europeias (primeiro semestre de 1992), com o concurso lançado em 1988 para a sede que a viria a acolher.
Registadas ficaram as primeiras impressões de um grupo de jornalistas que visitou o Centro Cultural na sua inauguração a 1 de Janeiro de 1992.

Desde sempre um projeto polémico, os motivos variaram desde o investimento público à sua utilidade finda a passagem de Portugal pela presidência do Conselho das Comunidades Europeias, passando pelo local escolhido dado o seu estilo arquitectónico contrastar com o dos seus "vizinhos".

Considerada uma das maiores obras do estado português do século XX chegou a ganhar, em 1993, o Prémio Internacional de Arquitetura em Pedra e em Março desse ano foi aberta ao público como centro de exposições temporárias.

Dez anos após a sua inauguração foi classificado como Monumento de Interesse Público (2002). E desde Junho de 2007 que alberga a Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Museu Coleção Berardo.

Em 2010 recebeu a visita do Papa Bento XVI, que veio a Portugal numa visita apostólica para a celebração do 10º aniversário da beatificação de dois dos pastorinhos de Fátima.

Mais recentemente, em 2016, as polémicas voltam por motivo do despedimento do Presidente do Centro Cultural de Belém pelo Ministro da Cultura. E ainda pela renovação do acordo entre o Estado e José Berardo, para manter a sua coleção no museu por mais seis anos, que contou o final das entradas gratuitas na Coleção Berardo, excepto ao sábado e para menores de 6 anos.

O Museu Berardo recebeu este ano (2017), pela terceira vez consecutiva, o prémio Travelers' Choice, do TripAdvisor, sendo considerado o Museu mais visitado em Portugal e estando entre os 100 mais visitados do mundo (The Art Newspaper), também este ano.


A sua Arquitetura... monumental ajuda a sua integração devido à grande escala dos elementos que compõem a malha urbanística daquela zona. No entanto o seu estilo moderno foi alvo de criticas por parte de quem achou que seria demasiado contrastante com os estilos do seus vizinhos.

A ideia inicial dos seus arquitetos, o português Manuel Salgado e o italiano Vittorino Gregotti, foi simples: dividir o terreno em cinco módulos que albergassem as funções definidas no programa, criar ruas na mesma direção que o rio Tejo e perpendiculares à encosta (como acontece por toda a cidade) e um eixo que ligasse tudo.

O resultado é um conjunto longitudinalmente simétrico com:
um Centro de Reuniões (30 500 m²), perpendicular à frente dos Jerónimos e que alinha com os pináculos do Instituto de Arqueologia, que engloba espaços para reuniões/congressos, para os serviços gerais de funcionamento do CCB, a Sala de Leitura (que é uma mini biblioteca), lojas, restaurantes, dois bares e ainda duas garagens que podem ser utilizadas pelos visitantes;
um Centro de Espetáculos (22 000 m²) com três salas polivalentes de diferentes dimensões, o Pequeno Auditório, o Grande Auditório, uma Sala de Ensaio, salas de apoio à produção e preparação dos espetáculos e a torre do Teatro que foi adicionada posteriormente;
um Centro de Exposições (35 000 m² + 80 000 m²) que inicia uma transição de escala para se adaptar à dimensão mais pequena da malha do Bairro do Bom Sucesso e contém quatro áreas expositivas, com tetos altos e iluminação zenital, espaço para o tratamento e armazenamento de peças de arte, lojas e uma cafetaria.
Em falta estão dois dos cinco módulos idealizados, um destinado a uma zona hoteleira e outro para equipamento complementar.

Exteriormente iniciamos o nosso percurso no Caminho José Saramago, que liga a Praça do Império à Praça CCB, o que faz com que não haja uma separação vincada entre o interior e o exterior.
Perpendicularmente temos duas ruas internas que separam o complexo e o Jardins das Oliveiras e da Água com relvados geométricos e, claro, oliveiras e espelhos de água. Estando todo ele sobre uma plataforma mais elevada do que a altura dos comboios ficamos com vista para o cais e rio Tejo.

Todas as paredes exteriores do edificado são  revestidas com o mesmo material que o Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém e muito outros monumentos lisboetas, por ser um material abundante na zona. É esse material o Lioz Abancado ou de Pero Pinheiro, uma pedra calcária, que no CCB tem acabamento escacilhado.


A minha Opinião... é super positiva! Este é sem dúvida um dos meus sítios preferidos de visitar. Tem tudo! Exposições de Artes Plásticas, Fotografia e Arquitectura, espetáculos de Música e Teatro, Cinema e Conferências com as mais variadas personalidades culturais... o CCB mais do que respirar ele expira cultura!
E para além dos espaços interiores conta também com programações no seu jardim e praça, sobretudo no verão. No primeiro domingo de cada mês podemos visitar o Mercado CCB e até a uma prova de vinhos e azeites já fui.

Não se esqueçam nunca de apreciar esses espaços exteriores que, apesar de serem principalmente locais de passagem, são excelentes espaços de acolhimento e estadia. Gosto imenso de me abrigar da chuva naquela zona inicial e de me sentar nesses degraus a conversar com amigos ou até a desenhar, e tal como eu todos os dias alguém se instala lá sem nunca o espaço ficar "sobre-lotado", a não ser em dias de visitas de estudo.

Outro aspecto muito positivo são os seus horários, é que estando aberto todo o ano podemos lá ir quando quisermos. Agora já sabem onde podem ir naquelas alturas festivas em que quase tudo está fechado e o tempo está mau de mais para passear ao ar livre 😉
Morasse eu mais perto e passava lá a vida. É que de tanto para ver o difícil é escolher!


Os seus horários...  são bastante alargados. O CCB está aberto todo o ano à exceção de dia 25 de Dezembro e da Garagem Sul que encerra todas as segundas-feiras.

Fundação Centro Cultural de Belém - das 8h às 20h (de segunda a sexta); das 10h às 18h (sábados, domingos e feriados).
Museu Berardo - das 10h às 19h; das 10h às 14h30 (dias 24 e 31 de Dezembro); das 12h às 19h (dia 1 de Janeiro).
Garagem Sul - das 10h às 17h, com visitas guiadas no primeiro domingo de cada mês às 15h.
Bilheteira CCB - das 11h às 20h.

As entradas, apesar de pagas, contam com algumas possibilidades de desconto e ainda o Cartão Amigo CCB que dispõem de categorias adequadas a cada um de nós e muitas vantagens.

Para mais informações podemos consultar os sites do CCB e do Museu Berardo.


Vamos lá?


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